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UEM cria espaço Maria de Lurdes Mutola na Biblioteca Central

A UEM vai criar um espaço na Biblioteca Central Brazão Mazula denominado Maria de Lurdes Mutola como forma de eternizar a vida e obra da campeã olímpica dos 800 metros.


O facto foi anunciado na tarde desta quarta-feira (06/09), em Maputo, pelo Magnífico Reitor da UEM, Prof. Doutor Orlando Quilambo, no decurso de uma palestra intitulada "o percurso desportivo da campeã olímpica dos 800 metros -Maria de Lurdes Mutola".


Segundo o Reitor, o espaço que deverá conter um espólio retratando o percurso desportivo de Lurdes Mutola, incluindo algumas medalhas, ficará lado a lado de outras figuras proeminentes que se destacaram pelo contributo que prestaram a sociedade, tais como o arquitecto da unidade nacional, Eduardo Chivando Mondlane, e Aquino de Bragança. "Lurdes Mutola vai se juntar a estes heróis", disse Quilambo.


A convite da Escola Superior de Ciências de Desporto da UEM (ESCIDE), Maria de Lurde Mutola, veio à mais antiga e prestigiada instituição de ensino superior em Moçambique falar dos seus longos anos dedicados ao desporto. Um percurso que teve o seu início no bairro de Chamanculo, em Maputo, nos finais de década de 80, e conheceu o seu momento mais alto nos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália, após vencer a medalha de ouro dos 800 metros, no ano 2000.


A menina de ouro, como carinhosamente é tratada, descreveu na palestra os enormes sacrifícios que passou e a disciplina a que foi submetida como atleta para poder lograr vitórias. 


Na sua interacção com a comunidade universitária, Lurdes Mutola falou do seu primeiro contacto com o desporto, que foi pela via da natação passando pelo futebol até a descoberta do atletismo. 


No atletismo, onde chegou a desistir, entrou pela mão do falecido poeta José Craveirinha, que a descobriu no futebol e a encorajou a abraçar esta modalidade, e a entregou ao seu filho Stélio Craveirinha, que já era treinador de atletismo. 


Em 1991, com ajuda do veterano da Luta de Libertação Nacional, Marcelino dos Santos, Mutola beneficiou de uma bolsa para estudar e correr nos EUA. 
Foi a partir dos EUA, onde viveu durante cerca de 17 anos, que Lurdes Mutola participou em diversas competições internacionais que lhe permitiram amealhar medalhas de bronze, prata e ouro, mas sobretudo, ganhar prestígio internacional.

 

Na interacção que manteve com a comunidade universitária Maria de Lurdes Mutola não se limitou apenas a falar do seu percurso como desportista, deixou ficar igualmente aquilo que pensa para a melhoria do desporto nacional.


Disse ser necessário a criação de um projecto a médio e longo prazo com vista a descoberta e acompanhamento de talentos, a necessidade de um dirigismo desportivo sério que domina e tem paixão pela área, e a diversificação de competições para poder melhorar a habilidade dos atletas.


Admitiu que o país não tem condições mas afirmou ser possível fazer melhor nas actuas condições. Disse, por exemplo, não perceber o porquê de o país não dispor de muitos atletas (corredores) num contexto onde já existem pistas de atletismo para treinar, se comparado com as décadas de 80 e 90 onde praticamente não havia pistas mas havia atletas a competir.


Num outro desenvolvimento, esclareceu que já tentou mudar de nacionalidade por motivos financeiros mas tal não sucedeu porque, na altura, seu pai a alertou para a gravidade do erro.


Entretanto, confirmou ter tentado implementar um projecto no país com o apoio de uma marca norte-americana que consistia na reestruturação do Parque dos Continuadores.


O projecto incluía a construção de uma piscina olímpica de 50 metros e um ginásio reservado a atletas de elite, entre outras infra-estruturas, avaliado em pouco mais de 600 mil dólares. Mas o referido projecto não seguiu em frente por motivos que nem ela conhece.


Com recursos próprios adquiriu uma moradia na África do sul que a transformou num centro de treino de alto rendimento e chegou a levar algumas atletas moçambicanas mas por falta de apoio preferiu desistir do projecto.


Durante a palestra, Maria de Lurdes Mutola, exibiu algumas medalhas por si conquistadas nas competições internacionais em quase todos os continentes.
Tal como ela disse no começo da palestra, ela é o que é hoje por causa do desporto. "A minha vida sempre foi o desporto. O desporto ensinou-me a ser gente. O desporto ensinou-me a viajar", frisou.


Nascida em 1972, Maria de Lurde Mutola, foi a primeira moçambicana a conseguir medalha de ouro nos jogos olímpicos.

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Fundada em 2001 em Maputo, Moçambique. Trabalha com desporto para desenvolvimento em Moçambique à nível nacional.
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